segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Laticínio

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Nada como um copo de leite e alguns biscoitos suficientes para fazer um final de tarde mais gostoso, não é verdade? Ainda mais em companhia de um bom livro e um grande -e raro- silêncio. A cena tão vendida pela indústria cinematográfica do prazer estadunidense, torna-se cenário insubstituível para a leitura do novo livrete de Chico Buarque, Leite Derramado, por mais superficial que possa parecer essa asserção.
Aclamado pela crítica literária como o melhor livro do autor, Leite Derramado trata dos dias finais de seu protagonista, prostrado em uma cama de hospital, perdido em meio aos devaneios que sua memória alcança. Desenvolvendo uma linha de raciocínio confusa e repleta de vazios lógicos durante todo o livro, o moribundo viaja ao longo de sua vida e relata romances, filhos, e lembranças de seu passado mais remoto, fazendo um panorama histórico de sua família. O ancião leva-nos, contudo, ao, já incômodo, sentimento de descrença nos fatos relatados, uma vez que a lucidez do narrador, leva-nos à descrença e ao profundo tédio.
De fato, o título passa a ser sugestivo e muito bem posicionado, já que o personagem chora durante as 195 páginas pelo "leite derramado" durante toda sua sina. Porém, o mesmo título é -ou ao menos deveria ser- uma sugestão do autor, para que antes do leitor chegar ao fim da leitura, despeje acidentalmente seu copo de leite sobre as páginas, justificando assim o título. Assim deve ter feito a crítica que o tanto aclamou.

Chico Buarque, de fato, é inegavelmente uma bela voz, porém, como ele mesmo admite, escreve mediocremente.


NOTA: 3,5 (0-10)

(Escolha a cor da capa que mais combina com o leite a ser derramado
)



Ao invés de textos, deixo o link de um CD
pelo bem das vaquinhas

(clique para baixar o CD)



3 comentários:

Helena Tarozzo disse...

just let your voice flow =)

Helena Tarozzo disse...

cara, vc tá muito chato. deu pra entender?

Comentador Fiel disse...

cacete, destruiu.