segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Rebanho

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Bom, o recesso continua, só foi uma pausa para arquivar, de uma vez por todas, o manifesto sobre minha instalação no Colégio Einstein ano passado. Dei uma boa cortada para não ficar cansativo e enfadonho... Boa semana!

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Instalação sobre o meio comum da sociedade, em que foi quebrado o mecanismo de controle Cotidiano na instituição de ensino Einstein, em Ribeirão Preto. A obra resumidamente constitui da saída dos alunos, uma música com o volume alto foi iniciada gerando estranhamento dentre os alunos, que esperavam a sirene rotineira. Esse foi o primeiro passo para que os alunos, ao sair de suas salas se depararem com um cenário caótico composto com faixas de isolamento preto e amarelo que propunham um novo caminho para a saída do colégio. As passagens mais curtas para a saída foram bloqueadas com esse material, liberando apenas uma saída alternativa para os alunos, a saída pelos fundos do colégio. A reação passiva de todos nos faz refletir sobre a massa de manipulação que se cria nas instituições de ensino qualificadas. Visto de longe, o grupo de aproximadamente 500 alunos parecia um bloco homogêneo que se deslocava em forma de bolo, mesmo existindo espaços para que as pessoas se dispersassem. O embasamento básico da obra constitua na seguinte proposição de Niemeyer: "Se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito” e partindo desse fundamento, busquei propor as curvas como o caminho mais curto, visto que a reta em sua maioria envolve apenas o funcional, deixando o belo de lado, enquanto a curva envolve o belo e o criativo, que deve ser famigerado nos centros urbanos, verdadeiros” vazios cinza".

A composição da obra foi à partir de um sonho que tive dia 22 do mês de Março. Nesse sonho (preto-e-branco, assim como todos os outros que tenho) eu era alvo de ordens e as repetia sem questionar, o que afagou meu subconsciente no dia seguinte, permitindo um sentimento de culpa por me tornar “massa de manipulação”, então passei a pensar no assunto. No sonho estava desnudo, imagino eu pela falta de conhecimento, e era barrado aonde quer que minhas idéias me levássemos, conseguindo ir somente aonde a multidão faminta ia: uma rede de fast-food.

As faixas constituem um sentimento bicolor, uma antítese e ainda um sinal repressivo. Sentimento bicolor, já que o preto-e-branco de meus sonhos contrasta com o amarelo da faixa, e ainda os tons de preto-e-branco nas cidades. Falo de paradoxo em relação à reação do público alvo (alvo), que reagiu muitas vezes com um sentimento de repulsa, mas não foi capaz de fazer nada, demonstrando a passividade da juventude, que pode ser repercutida em diversos ramos da sociedade, tal como político, educacional e repressivo. As faixas foram dispostas sem muita pretensão em quatro pontos no colégio (rampa superior; rampa inferior; orelhão-corrimão; e quadra) preocupando-me apenas com a quantidade utilizada em cada ponto para dar a expressão caótica necessária.

Setas no chão propunham o caminho aos alunos, porém, nada os obrigava a segui-lo, já que as faixas são facilmente rasgáveis e havia espaços permeáveis, mas nada aconteceu. Mesmo com as setas, os alunos do primeiro e segundo ano do andar superior tiveram muita dificuldade de compreender a situação (!), permanecendo passivos diante o caos, assistindo a tudo do andar de cima do colégio; só começaram a se mover e entender o porquê do bloqueio e das setas quando viram o alvo do andar inferior se direcionando, confuso e incomodado, à saída proposta.

No pátio, o alvo esbarrou no intrigante caminho proposto pela escadaria que leva até a quadra, pois, imagino eu, muitos duvidavam da possível saída lateral do colégio. Entretanto, quando o primeiro do alvo se aventurou pelas escadarias, foi logo seguido pela massa dos alvos, evacuando a escola em ritmo contínuo e organizado, compreendendo assim a fácil capacidade de adaptação do bixo-homem, mesmo com o déficit de criatividade mostrado pelo alvo.

Ao final da instalação restou apenas uns poucos gatos pingados ou reclamando ou me parabenizando ou questionando, e uma garota sentindo-se importante que veio pomposa dar me uma dura sobre o “desperdício” de fitas, tendo como resposta, um singelo “reciclável” sendo até possível sugestão para ela se reciclar, visto que já parece tarde para uma mudança de comportamento.

Conclusões sobre a experiência.

Do ponto de vista egocêntrico: foi lindo saber que ainda há pessoas que pensam igual, assim podemos ser diferentes muito mais facilmente. Já em questão objetiva, a obra foi um sucesso preenchendo cada lacuna antes proposta, e uma grande experiência de amadurecimento das minhas idéias.

Contracenar com artistas tão bem direcionados como Jonatas, Lucas, e Fabio foi uma experiência fantástica, desde a composição à execução, tenho somente a lhes agradecer, inclusive ao Gula, diretor do colégio que liberou o espaço, e nos deu muito apoio.

Espero que o dia 30 sirva de estopim para aqueles que têm esse desejo de arte vivo dentro de si.

Grato,

André Romitelli.



sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ausência


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Sem justificativas precisas, abandonei meu blog. Foi uma fase incrível de posts que além de entreter, me ajudavam a superar alguns melodramas. Suportei larvas, e estou cada vez mais próximo da ecdise final. Estou em uma reta no sprint dos 100 metros, vamos ver aonde vai dar. Peço desculpas por alguma ausência mas não vai demorar para eu voltar a escrever (ok, talvez demore alguns meses), mas gostaria de deixar claro que eu simplesmente adorei ter contato com as pessoas que liam eventualmente meu blog; é um ENORME prazer compartilhar minhas ideias e interagir com os leitores.

Muitas coisas aconteceram de bom, que eu gostaria de ter escrito sobre, mas por falta de tempo, foi impossível. Vou fazer uma pequena lista dos tópicos em mente; mas vale frisar que é uma pequena lista mesmo:


  • Aniversário da mamãe;

  • Confinados;

  • Crise no senado;

  • Fronteiras;

  • Homossexuais;

  • Independência;

  • Dente do Ciso (eu já extrai os meus...);

  • Matéria-negra (pra eu ter certeza que eu sou doido);

  • Saudade;

  • Conto do homem só;

ah, muitos posts virão, eu prometo! E promessa é dívida, sim!


Deixará saudades...