segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

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transcrição de papel solto dentro de bolso

eu vou embora, para sempre, deixei o barco ir, segui em frente; hasteei velas, recolhi âncoras, troquei a tripulação, cortei gargantas; botei as coisas pra fora, nada mais importa, fechei as cortinas, janelas, fui embora.
como ia ser bom ter um bulldog, pato, papagaio; viajar, errar caminhos, fazer desenhos nas nuvens, ver os dias passar; dividir um lanche, conta do banco, histórias ou um refrigerante; tomar chuva, chá, chocolate, sorvete de pistache; vontade de ter, como se tivesse visto crescer; não existo, insignificante, um qualquer, um meliante; discrepante alguém neste instante pensar em ser a mesma ovelha negra

vou lembrar dos dias que vivi em sociedade, achei uma garota, mais ou menos da minha idade; lembro de seu sorriso, do seu cabelo comprido; seu abraço, um gesto de amizade.
uma loucura, um acesso, um devaneio, me arrependo, foi mal, errei feio.

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